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| O troféu mais cobiçado do snooker |
Começa neste fim de semana o mais importante campeonato de snooker e com certeza teremos muitos jogos que merecem destaques, jovens, veteranos, e claro todos querendo escrever seu nome na historia do esporte.
O escocês Stephen Hendry é quem mais se destaca nas listas de recordes do snooker. De títulos a tacadas centenárias, passando por tacadas máximas (147 pontos) e períodos sem conhecer o sabor da derrota, o escocês já conseguiu de tudo nesta modalidade. Para além de Hendry, jogadores como Ronnie O'Sullivan e Steve Davis, entre outros, ocupam uma posição de grande relevância nesta lista;
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| Steve Davis |
Joe Davis foi o primeiro grande campeão da história do snooker e um aivo impulsionador desta modalidade. Venceu o Campeonato do Mundo por 15 vezes consecutivas, embora, nesta época, a realidade do snooker fosse totalmente diferente da atualidade;
Steve Davis conseguiu a primeira tacada máxima televisionada (147 pontos) da história do snooker. Foi no Classic de 1982, frente a John Spencer. Curiosamente esta foi a única tacada máxima em competição da sua carreira. No ano seguinte, o canadiano Cliff Thorburn conseguiu a primeira tacada de 147 pontos no Campeonato do Mundo;
Steve Davis venceu por 6 vezes o Campeonato do Mundo, durante a década de 80, na qual exerceu o seu domínio;
O escocês Stephen Hendry foi o mais jovem campeão mundial de todos os tempos, ao derrotar na final Jimmy White, em 1990. Tinha então 21 anos de idade. Na temporada passada, Judd Trump esteva perto de igualar a marca, mas acabou por perder na final frente a John Higgins;
Na era moderna (a partir dos anos 70), Stephen Hendry foi o jogador que por mais vezes venceu o Campeonato do Mundo, a prova de maior prestígio na modalidade (7 vezes, 5 delas consecutivamente);
Hendry conseguiu, igualmente, vencer consecutivamente 5 provas pontuáveis para o ranking (na época de 1990/91), num total de 36 encontros sem conhecer o sabor da derrota (outro recorde). Este feito foi conseguido durante um período onde chegou a 8 finais de provas do ranking seguidas, tendo vencido 6 delas. Durante esta caminhada impressionante, ganhou ainda o Masters, torneio por convite, torneio este de elevadíssimo prestígio;
Durante a final do UK Championship de 1994, onde Hendry derrotou Ken Doherty, por 10-5, o escocês conquistou outro recorde, ao realizar 7 tacadas com mais de 100 pontos (incluindo 6 em 8 frames). Stephen Hendry é ainda o jogador que mais entradas superiores a 100 pontos conseguiu ao longo da sua carreira (751), numa só época (52 – em 1995/96) e num torneio (16 – no Campeonato do Mundo de 2002);
Ronnie O'Sullivan ganhou o UK Championship, de 1993, a poucos dias de completar 18 anos. Foi o mais jovem vencedor de sempre de uma prova pontuável para o ranking;
No que diz respeito a tacadas máximas (147 pontos), Hendry e O'Sullivan partilham quase todos os recordes, liderando conjuntamente esta lista com 10 tacadas cada, mas recentemente O'Sullivan desempatou este quesito, O´sullivan foi autor da tacada máxima mais rápida da historia, conseguida em apenas 5 minutos e 20 segundos, no Campeonato do Mundo de 1997. Por sua vez, Hendry notabilizou-se por realizar os 147 pontos na “negra” da final de um torneio (Liverpool Victoria Challenge 1997), curiosamente frente ao inglês, e por ser o jogador mais velho a conseguir a pontuação máxima em competição (2011 – German Masters com 41 anos).
Mark Selby, atual n.º 1 do ranking, bateu na época passada o recorde de Stephen Hendry de maior número de tacadas com mais de cem pontos numa época só. Hendry havia feito 52 – em 1995/96 – e Selby elevou a marca para 54. Este ano, o inglês pode voltar a bater o seu recorde.
Ding Junhui é o autor do maior número de pontos consecutivos sem resposta. O chinês construi entradas de 133, 87, 136 e 138 pontos sem que o seu adversário embolsasse uma única bola. Foi na Premier League 2007, frente a Stephen Hendry. Em provas pontuáveis para o ranking é o escocês John Higgins que detém este recorde: 494 pontos na final do Grand Prix de 2005;
Stephen Hendry é o jogador com mais vitórias em provas pontuáveis para o ranking mundial: 36. Em segundo lugar aparece “sir Steve Davis”, com 28 vitórias. Hendry foi, também, quem venceu uma única prova de ranking por mais vezes (o Campeonato do Mundo, em 7 ocasiões). Em torneios não pontuáveis, Steve Davis ganhou o Irish Masters por 8 vezes;
A partida mais longa de sempre da era moderna do snooker ocorreu no encontro entre Dave Harold e Shaun Murphy, no Open da China de 2008, com uma duração de 93 minutos e 12 segundos, superior ao tempo regulamentar de um encontro de futebol!;
No Campeonato do Mundo de 2003, Mark Williams venceu 13 partidas consecutivas, num encontro com o australiano Quinten Hann;
A tacada mais alta na história do snooker foi conseguida por Jamie Burnett, aproveitando uma bola livre como 16.ª vermelha, para construir um break de 148 pontos;
Juntamente com Ronnie O'Sullivan, Tony Drago é o jogador que mais recordes possui no que diz respeito a rapidez. O maltês protagonizou a partida mais rápida de sempre (3 minutos certos) e uma tacada centenária em 3 minutos e 31 segundos;
Na final do British Open 2003, Stephen Hendry e Ronnie O'Sullivan protagonizaram um fantástico espectáculo, com 5 tacadas superiores a 100 pontos consecutivas, divididas entre ambos. Em 2009, no Masters, Stephen Maguire e Neil Robertson igualaram esta proeza;
Ray Reardon foi o jogador mais velho a vencer uma prova pontuável para o ranking, o Players Championship de 1982. Tinha então 50 anos de idade. Em 1986, Rex Williams chegou à final do Grand Prix, com 53 anos, o mais velho a atingir esta fase de um torneio.
O Campeonato do Mundo de Snooker é o mais rico, antigo e importante torneio da modalidade. O seu troféu, criado em 1927, é o mais ambicionado, é aquele que qualquer jogador sonha em levantar, sendo o título que separa os grandes jogadores dos demais.
Disputado no famoso Crucible Theatre de Sheffield, este evento tem um formato de longa duração que obriga a uma verdadeira “maratona” de 17 dias, transformando-o numa das competições mais longas de todos os desportos..
"Tubarões demais para pouco peixe"
A segunda metade do quadro contém todos os restantes favoritos e é uma imensidão de pontos de interrogação. Caso não haja surpresas e os homens do top 16 ganhem os seus jogos da primeira ronda (algo que não é crível que aconteça pois surpresas existiram e existirão sempre), logo na segunda fase começarão a rolar cabeças de favoritos.
Ronnie O’Sullivan tem a tarefa mais complicada: uma vez mais, o rocket não teve nenhuma sorte com o adversário que terá de ultrapassar na estreia. Falo de Peter Ebdon, recente vencedor do Open da China após realizar um torneio fabuloso, e que não contente com isso “cilindrou” com um inapelável 10-0 Alfie Burden, o seu adversário na qualificação para o mundial. Caso ainda assim triunfe, O’Sullivan deverá medir forças no segundo jogo com Mark Williams, n.º 2 do mundo um dos grandes candidatos à vitória, apesar da época menos conseguida por parte do Galês. Para triunfar no Crucible, Ronnie terá ainda de vencer outros potenciais candidatos como Neil Robertson (quartos de final) e Ding Junhui, Mark Allen ou Mak Selby nas meias-finais e Trump ou Higgins na final, como vimos anteriormente.
Como facilmente se percebe, apostar num nome para a final neste segunda metade dos 32 jogadores que compõem o quadro final é matéria para um astrólogo, tarólogo ou mágico muito… profissional!
Em resumo, diria que Judd Trump parte na frente de todos, sendo que John Higgins (que tem estado a fazer a sua pior temporada de sempre) continua apesar de tudo a ser um nome a ter em conta, ou não fosse ele ainda o campeão em título. Depois, Ronnie O’Sullivan, Neil Robertson, Ding Junhui e Mark Selby estão na frente para fazer face ao jovem prodígio de Bristol no encontro decisivo, com Mark Williams e Mark Allen logo a seguir.
Caso o vencedor não surja de nenhum destes nomes, será certamente uma enorme surpresa. Porém, Stuart Bingham, Peter Ebdon, Shaun Murphy, Graeme Dott e Stephen Maguire têm potencial suficiente para causar grandes dissabores aos favoritos.
Duas notas finais de destaque: uma para a presença do jovem belga
Luca Brecel que, aos 17 anos, se torna no mais jovem de sempre numa fase final de um mundial. Por ser tão jovem e sobretudo por não ser inglês nem chinês, este destaque ainda merece maior ênfase. Num campo oposto, Stephen Hendry estará presente pelo 27.º ano consecutivo em Sheffield. O “Rei do Crucible”, como foi apelidado depois dos seus sete triunfos, terá nova tentativa para continuar a criar uma lenda que se iniciou nos anos 80. Fantástico.
PS: Já sabíamos que Ding Junhui estaria presente e que Marco Fu era um dos favoritos a garantir o apuramento. O que não sabíamos era que, em 32 nomes, cinco deles seriam chineses. Os jovens Liu Chuang, Cao Yupeng e ainda Liang Wembo estarão em prova. Será que ainda há dúvidas sobre o poderio da China na modalidade? Penso que nem mesmo os ingleses já colocam qualquer interrogação. É um facto.
