SINUCABC: Você vê um futuro promissor para a sinuca do Brasil com este evento internacional que será realizado em setembro em Florianópolis?
VINICIUS FUCUTA: Eu acho que pode melhorar sim, mas isto depende da vários fatores, sem duvida que este evento pode mudar a historia do snooker aqui, mas se a mentalidade do dirigente(organizador) mudar também.
SINUCABC: Em relação a sua experiência no Japão, o que você pode dizer da sinuca do Brasil?
VINICIUS FUCUTA: Olha, quando fui para lá só se jogava pool, não existia o snooker por lá, que só veio a ter competições oficiais a partir de 2001, e mesmo com apenas dez anos, posso afirmar que em termos de organização eles estão a nossa frente, você tem como treinar serio por que lá todo mundo leva a serio. Todos os jogadores buscam aprimorar a técnica para ser a mais próxima possível da usada na europa, é muito diferente daqui que o cara acha que é só pegar o taco e sair matando. Pode ser nas nossas mesas, mas ai quando pega a mesa com pano oficial ai se complica todo.
SINUCABC: Antes de embarcar para o Japão, você esperava ter uma sinuca tão competitiva por lá?
VINICIUS FUCUTA: Como já disse o forte lá sempre foi o pool e ainda é, com premiações de milhares de dólares, ai quando um "xará" meu chamado FUKUDA, que é jogador profissional de pool, foi jogar o mundial de nine ball na Inglaterra, que foi organizado pela empresa em que Steve Davis era sócio, Fukuda acabou disputando partidas com jogadores de snooker, que participavam da competição e ele acabou se interessando pelo snooker,e levou para o Japão isto em 1999. De lá para cá então foi que se começou o snooker no Japão,mas desde o principio se jogando o snooker da forma correta. Eu entrei para o ranking em 2006, e desde 2007 sempre me mantive entre os quatro primeiros colocados, mas tínhamos treinamentos de quatro horas diárias e de forma correta, tínhamos o James que já foi treinador na Irlanda, que era o nosso treinador no clube e nos passou a forma certa de jogar.
SINUCABC: Qualifique o que poderiámos tirar de proveito do Japão para melhorar nossa sinuca?
VINICIUS FUCUTA: Acho que o principal é a organização, educação, e gente querendo trabalhar, pois no começo lá ninguém podia ganhar para fazer isso, mas hoje já se tem patrocínios, mas foi por que alguém começou sem ficar visando lucros, apenas por amor ao esporte. Desde a época do nine ball e depois o snooker foram dez anos jogando por lá, e acreditem nunca vi uma briga, uma discussão sequer, o que o juiz fala está valendo, aqui em duas competições nacionais que participei, vi cadeiras e até mesas sendo jogadas ao chão. Infelizmente a mentalidade daqui dificulta as coisas.
SINUCABC: Quais foram suas conquistas, tanto aqui quanto lá?
VINICIUS FUCUTA: Aqui sempre foi no infantil e juvenil, pois sai daqui com 19 anos, fui tri campeão brasileiro juvenil, e meu melhor resultado em um interestadual foi em 95, eu acho, fiquei em sexto em Volta Redonda (RJ). Em 94 disputando a Taça Diamante fiz 110 pontos na regra brasileira que foi a maior do Brasil na época, acho que o Jair fez 111. Já no Japão ganhei vários torneios de pool, chegando ser TACO A, acima só os profissionais, no snooker ganhei torneios regionais e estaduais, em 2008 fui terceiro no campeonato japônes e fui vice campeão da COPA ADAM que conta com jogadores amadores de outros países.
SINUCABC: Na copa do mundo muita gente se espantou com países com Afeganistão, Paquistão e Egito, você tinha conhecimento deles por serem mais próximo do Japão?VINICIUS FUCUTA: Inclusive cheguei a ver comentários no PONTO DA SINUCA de um pessoal totalmente leigo no assunto debochando desses países, mal sabem eles, que tem jogadores de nível para disputar vaga no circuito profissional, sem falar que eles mesmo de países muito mais pobre que o Brasil, jogam do jeito certo, entrada na mesa, ponte, cue action, aqui parece que todo mundo joga pool, foi o que um amigo meu egípcio me disse. Mas daí você fala um negocio desse, vem todo mundo te criticar ao ínves de tentar melhorar e aprender. Agora imagina que este mesmo amigo egípcio falar que a sinuca no Brasil é muito pobre.
Aqui foi uma mistura de pool com snooker, e virou sinuca, até as mesas ficam entre uma e outra modalidade, vejam que aqueles pontos na tabela que existem em nossas mesas não existem nas mesas de padrão internacional e sim nas mesas de pool. Então acho que temos que dividir as coisas para melhorar o nível no Brasil, mas espero que consigamos fazer algo para melhorar. O Igor te ido para europa foi realmente um grande passo que o Brasil deu, se hoje alguém sabe do snooker no Brasil é por cauda do Igor. Muitos de meus amigos, tailandeses, paquistaneses e outras nacionalidades conhecem ele de nome.
SINUCABC: Depois que voltou, como tem sido sua rotina de treinos?
VINICIUS FUCUTA: Aqui não treino nada, treinei no Clube Monte Líbano em São José do Rio Preto, mas estou tentando arrumar uma mesa inglesa para poder treinar legal, realmente não tenho vontade de jogar nas mesas brasileiras, acredito que todos que jogam no mesão fica assim, sem tesão...
SINUCABC: Para encerrar, quando você foi para o Japão você já foi para ser jogador ou foi a trabalho?
VINICIUS FUCUTA: No começo fui para jogar nine ball, dai fui para Inglaterra tentar o snooker, mas acabou a grana então ou eu voltava para o Brasil ou iria pa o Japão onde poderia trabalhar e jogar, achei melhor ir para o Japão.
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| Vinicius Fucuta e Edinho A troca de informações para o bem do esporte |
Espero poder voltar a conversar com outras pessoas que tentam fazer algo pelo esporte, ou luta para manter o que resta, sem condições necessárias para que se possa fazer o melhor, mas com boas atitudes e iniciativas iremos conseguir pelo menos mostrar que a sinuca é um esporte decente é capaz.
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