30 de dezembro de 2011

Judd Trump: O novo mito do esporte

Trump: Nasce o mito - SNOOKER Ao longo da história do esporte, já vimos  aparecerem e desaparecerem dezenas de mitos do desporto. Se há algo de efémero, momentâneo, pontual, quase fugaz e transitório, é mesmo o esporte. Porque os anos dourados são poucos, porque a força física se esvai como que por magia, porque o corpo e a mente não aguentam a pressão da competição ao mais alto nível, as grandes estrelas brilham, muito alto, mas desaparecem no firmamento sem que por vezes nos demos conta.      
 Isto porque, lei natural da vida, por cada uma que desaparece há uma outra que desponta. Sobra a memória, mas quase sempre apenas a dos imortais, daqueles que singularmente nos marcam para a eternidade. Porém, a verdade é que muitos se esvaem para sempre e raramente quem viveu no estrelato consegue suportar a terrível pressão de passar a ser um comum mortal. Talvez por isso, a história está repleta de exemplos de antigas estrelas que se perdem na vida. Com muita pena nossa.      
Trump: Nasce o mito - SNOOKER
Aprendeu muito neste jogo

  Serve esta introdução para falar de Judd Trump. Com Ronnie O’Sullivan parando de jogar aos poucos  embora ainda tenha muito jogo para nos oferecer , os fãs precisavam de algo ou alguém a quem se agarrar. Há muito que os entendidos na matéria viam em Trump o futuro, mas o filho pródigo de Bristol teimava em tardar a sua afirmação.
  Quando, em Março deste ano, venceu na China, muitos exaltaram mas outros ainda colocavam na reserva. No mundial, Judd Trump calou os críticos, fez vibrar multidões e deu novos mundos ao jogo. Não venceu, é um fato, mas apenas e só porque pela frente lhe surgiu o maior estrategista que o snooker tem no momento, e que colocou toda a sua experiência durante o encontro decisivo. John Higgins deu a Trump uma lição que ele jamais esquecerá. Porém, acredito que esse mundial perdido será um dia visto como uma vitória. Agora, o jovem Judd já sabe que para ganhar tem de ser mais controlado, comedido, frio, eficaz e muito rigoroso. Atacar é bom. Mas defender, na altura certa, é que preenche currículos e enche as prateleiras de troféus.
GENIAL, PURAMENTE GENIAL
  No UK Championship, Judd Trump foi realmente brilhante. Curiosamente, nunca jogou a um nível impossível para os seus adversários e, por isso mesmo, quase caiu aos pés de O’Sullivan, Robertson ou Allen. Ainda assim, quando usou o seu “Jogo B”, ou seja, quando o ideal não era possível por falta de confiança, ou porque as dúvidas eram maiores do que as certezas, ou porque simplesmente não acreditava que era capaz, soube sempre encontrar o rumo da vitória. Agora ele demostrou crescimento. E como cresceu este jovem de 22 anos… em apenas alguns meses.
Trump: Nasce o mito - SNOOKER Agora sim. Acredito. Acredito que Trump tenha tudo para bater recordes. É jovem, muito maduro na mesa e tem uma qualidade de jogo de que poucos se podem orgulhar. Sabe atacar como poucos entre eles estão Ronnie O’Sullivan e a Alex Higgins. Defende ao nível de John Higgins ou Steve Davis e tem uma qualidade nas bolas longas que, sinceramente, são uma nova faceta do jogo e a sua imagem de marca.
 Surge um pergunta: Será que o snooker vai mudar novamente com Trump? Como aconteceu com Alex Higgins, Steve Davis, Sthefen Hendry e Ronnie O’Sullivan. De certo é que daqui a 20 anos, estaremos com o nome de Judd Trump a galeria dos imortais, daqueles que realmente entraram para história.      
  De resto, este UK Championship foi tudo o que se esperava e algo mais. A meia-final entre Trump e Robertson, uma reedição do confronto da primeira ronda do último mundial, foi épica. Intensidade, qualidade, eficácia, brilhantismo, enfim, todos os adjectivos são poucos para descrever o que se viveu naquele momento inolvidável de puro prazer. A final foi mais do mesmo, com um Mark Allen renascido, que pela primeira vez superou os fantasmas das cinco meias-finais perdidas. Encarou Trump sem medo e esse é o melhor elogio a fazer. Cedeu – é certo – mas foi bravo. Lutou, dignificou a vitória do seu adversário e, para mim, foi também um vencedor.       
Miúdo maravilha vence UK  - SNOOKER
Campeão do UK Championship
  Depois de uma final jogada a um nível que roçou o brilhantismo, Judd Trump bateu Mark Allen por 10-7 a arrebatou o UK Championship, a segunda prova mais importante do ano.   Uma final é sempre uma final, mas os encontros decididos por escassa margem têm um sabor diferente. Com apenas 22 anos, Judd Trump venceu pela primeira vez o UK Championship, a prova mais relevante do calendário de snooker, depois do Campeonato do Mundo.
  Depois de deixar pelo caminho Ronnie O’Sullivan, Stephen Maguire e Neil Robertson, o “miúdo maravilha” de Bristol teve pela frente um adversário duríssimo na grande final, que vendeu bem cara a derrota. De fato, Mark Allen  que jogava a primeira grande final do sua carreira, até entrou melhor no jogo, garantindo uma vantagem de 3-1 no final da primeira parte da primeira sessão. Porém, Trump voltou melhor do intervalo, ganhando quatro jogos consecutivos e levando o encontro para a segunda sessão com uma vantagem de 5-3.
  Agora que venha o Masters em Janeiro. Já todos ansiamos por ver de novo os melhores do mundo em ação. Até lá, para todos os amantes de snooker do mundo inteiro, Boas Tacadas e Feliz 2012.     

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